sexta-feira, 16 de março de 2012

Apostila Teórica - 1ª unidade (7ª série)

ARTE ABSTRATA
A arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira "não representacional". Surge a partir das experiências das vanguardas européias, que recusam a herança renascentista das academias de arte, em outras palavras, a estética greco-romana. A expressão também pode ser usada para se referir especificamente à arte produzida no início do século XX por determinados movimentos e escolas que genericamente encaixam-se na arte moderna.
No início do século XX, antes que os artistas atingissem a abstração absoluta, o termo também foi usado para se referir a escolas como o cubismo e o futurismo que, ainda que fossem representativas e figurativas, buscavam sintetizar os elementos da realidade natural, resultando em obras que fugiam à simples imitação daquilo que era "concreto".
O abstraccionismo divide-se em duas tendências:
•    Abstracionismo lírico
•    Abstracionismo geométrico
Abstracionismo lírico
O abstracionismo lírico ou abstracionismo expressivo inspirava-se no instinto, no inconsciente e na intuição para construir uma arte imaginária ligada a uma "necessidade interior"; tendo sido influenciado pelo expressionismo, mais propriamente no Der Blaue Reiter. Aparece como reacção às grandes revoluções do século.
O jogo de formas orgânicas e as cores vibrantes não eram muito patentes; mas também a linha de contorno sobressaía nesta arte que era muito figurativa. Muitas artes naquela época procuravam se expressar por meio de música, sons. Mas o abstracionismo tinha o objetivo de se expressar por meio de desenhos abstratos, de forma figurativa. É desta forma que o abstracionismo lírico pretende igualar ou mesmo superar a música, transformando manchas de cor e linhas em ideias e simbolismos subjetivos.
Abstracionismo geométrico
O Abstracionismo geométrico, ao contrário do abstraccionismo lírico, foca-se na racionalização que depende da análise intelectual e científica. Foi influenciado pelo cubismo e pelo futurismo. O abstraccionismo geométrico divide-se em duas correntes:
•    Suprematismo na Rússia
•    Neoplasticismo na Holanda
Abstracionismo no Brasil
No Brasil, o abstracionismo teve suas primeiras expressões no século XIX. Entre os artistas mais importantes destacam-se Abraham Palatnik, Ivan Serpa, Loio-Pérsio, Luiz Sacilotto, Antônio Bandeira, Manabu Mabe, Tomie Ohtake Lygia Clark, Valdemar Cordeiro e o artista que estudaremos nessa unidade: Cláudio Tozzi.
ARTE MODERNA
Arte Moderna é o termo genérico usado para editar a maior parte da produção artística do fim do século XIX até meados dos anos 1970 (embora não haja consenso sobre essas datas e alguns de seus traços distintivos[1]), enquanto que a produção mais recente da arte é chamada frequentemente de arte contemporânea (alguns preferem chamar de arte pós-moderna).
A arte moderna se refere a uma nova abordagem da arte em um momento no qual não mais era importante que ela representasse literalmente um assunto ou objeto (através da pintura e da escultura) -- o advento da fotografia fez com que houvesse uma diminuição drástica.
Referências
1.    ↑ Enciclopédia Itaú Cultural: Arte Moderna, acessado em 5 de abril de 2008
NEOPLASTICISMO
O termo Neoplasticismo refere-se ao movimento artístico de vanguarda capitaneado pela figura de Piet Mondrian, relacionado à arte abstrata.
Características do Neoplasticismo
O Neoplasticismo defendia uma total limpeza espacial para a pintura, reduzindo-a a seus elementos mais puros e buscando suas características mais próprias. Muitos de seus ideais foram expostos na revista De Stijl (O Estilo).
A necessidade de ressaltar o aspecto artificial da arte (criação humana) fez com que os artistas deste movimento (notadamente Mondrian e Theo van Doesburg) usassem apenas as cores primárias (vermelho, amarelo, azul) em seu estado máximo de saturação (artificial), assim como o branco e o preto (inexistentes na Natureza, o primeiro sendo presença total e o segundo ausência total de luz).
Claramente um movimento de arte de pesquisa, os experimentos realizados pelos artistas neoplásticos foram essenciais para a arquitetura moderna, assim como para a formulação do que hoje se conhece por design. Apesar de afastados da Bauhaus devido a questões pontuais, ambos os movimentos fazem parte de um mesmo universo cultural.
Embora muitos vejam o Neo-Plasticismo como produto da revolta moral contra a violência irracional que assolava a Europa, alguns outros fatores foram essenciais para o nascimento do movimento, como o cubismo, que desfigurou os modos tradicionais de representação; o idealismo e a austeridade do protestantismo holandês; o viés místico da teosofia, movimento do qual Piet Mondrian era membro.
Estética...
A redução a formas elementares, neutras, que por si só não provocam qualquer reação individual –as linhas retas e cores primárias – nos leva a duas outras preocupações essenciais dos teóricos do De Stijl: a ênfase estrutural e a necessidade vital do equilíbrio assimétrico. Para Mondrian, o "mais puro de todos os membros" (na opinião de H.B. Chipp), "a beleza universal não surge do caráter particular da forma, mas sim do ritmo dinâmico (…) das relações mútuas das formas."
Rejeitando a simetria, os membros do De Stijl procuravam então, através da combinação de linhas e ângulos retos, um equilíbrio dinâmico que tocasse a "beleza universal", provocando a emoção de beleza que, por sua própria característica, é "cósmica" e "universal".
Membros
Lista de importantes figuras do neoplásticismo, incluindo artistas, designers e arquitetos:
•    Piet Mondriaan (1872 – 1944)
•    Theo van Doesburg (1883 – 1931)
•    Gerrit Rietveld (1888 – 1964)
•    Ilya Bolotowsky (1907 – 1981)
•    Marlow Moss (1890 – 1958)
•    Amédée Ozenfant (1886 – 1966)
•    Max Bill (1908 – 1994)
•    Jean Gorin (1899 – 1981)
•    Burgoyne Diller (1906 – 1965)
•    Georges Vantongerloo (1886 – 1965)
•    Bart van der Leck (1876 – 1958)

Cláudio Tozzi
Cláudio José Tozzi (Brasil, São Paulo, 7 de outubro de 1944: 1944), arquiteto de formação, também tem sua produção voltada às artes gráficas e à comunicação visual. Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), continuou a atividade como artista plástico em 1963, através de uma obra na gráfica, e ganhou o concurso para o cartaz do XI(11) Salão Paulista de Arte Moderna. Em 1969 fez uma viagem de estudos à Europa, quando realizou as séries Astronautas e Parafusos, com gravuras, objetos e pinturas. A partir de 1972 sua obra evoluiu do pop para o conceitual. Realizou estudos com a cor, o pigmento e a luz.
Hoje, Suas principais obras estão consagradas às artes plásticas. Podem-se admirar suas pinturas numa parede lateral de um grande edifício da cidade de São Paulo, num painel de uma estação de metrô, num símbolo para representar nosso carnaval. Temas urbanos e conflitos sociais são predominantes em sua obra e constituem o seu universo visual. Realizou o painel Zebra, na Praça da República, e o painel Colcha de retalhos, para a estação de metrô Sé.
Experimentando diferentes materiais, como tintas industriais, tela fixada sobre madeira e até mesmo rolos de pinturas especialmente preparados, Cláudio Tozzi deixou sua marca pessoal na forma texturizada das cores aplicadas em seus quadros.
Victor Vasarely
“Vasarely é o mais criativo representante da OP ART. Os diferentes matizes e combinações das suas formas geométricas, brilhantemente coloridas, criam uma impressão de movimento flutuante.”
Arte no século XX, Lisboa: Taschen, 1999. v.I.
OP ARTE (abreviação de optical art) é um tipo de arte abstrata que explora determinados fenômenos ópticos a fim de fazer com que uma obra pareça vibrar, pulsar ou cintilar.
Dicionário Oxford de artes. São Paulo: Martins Fontes, 1996. P. 386.
“Criar uma obra de arte não significa imitar a natureza, mas que estamos em pé de igualdade com ela e que até a ultrapassamos utilizando meios que, dentre todos os seres vivos, só são acessíveis aos homens.” (Victor Vasarely)
Victor Vasarely (Hungria: 1908-1997) iniciou seu trabalho como artista executando projetos na área gráfica. Desde o começo demonstrou afinidade com as ilusões visuais aplicadas ao grafismo. Levou essa experiência para a pintura, tornando-se um dos maiores expoentes na arte da abstração geométrica.
Nasceu em Pécs na Hungria, tendo ido posteriormente estudar arte em Budapeste, onde se familiarizou com o movimento Bauhaus e com os trabalhos de Paul Klee, Kandinsky e Josef Albers.
Bauhaus foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda que funcionou entre 1919 e 1933 na Alemanha. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design do mundo.
A influência destes, teve um impacto tal na sua obra, que se poderá afirmar que, nela, tenta resumir os princípios dos pioneiros da Bauhaus, segundo a qual, o movimento não depende, nem da obra de arte em si mesma, nem do tema específico que se pretende ver retratado, mas antes da apreensão do ato de olhar, que por si só é considerado o único criador. Em 1930, foi viver em Paris, onde trabalhou como designer gráfico em várias empresas de publicidade. Depois de um período de expressão figurativa, decidiu optar por uma arte construtivista e geométrica abstrata, tendo-se dedicado nos 13 anos seguintes ao aprofundamento de conhecimentos gráficos. O seu fascínio por padrões lineares levou-o a desenhar diversos motivos através da utilização de grelhas lineares bicolores (pretas e brancas) e das deformações ondulantes, onde a sensação de profundidade e a multidimensionalidade dos objectos foram sempre uma preocupação constante. Posteriormente, a introdução da cor nos seus trabalhos vai permitir ainda um maior dinamismo, através do qual pretendeu retractar o universo inatingível das galáxias, a gigante pulsação cósmica e a mutação biológica das células. Os seus trabalhos são então essencialmente geométricos, policromáticos, multidimensionais, totalmente abstractos e intimamente ligados às ciências.
É, no entanto, o período entre 1950-60 (período Black and White) que marca definitivamente o trabalho de Vasarely, uma vez que ao introduzir pela primeira vez a sugestão de movimento sem existir movimento real, cria uma nova relação entre artista e espectador (que deixa de ser um elemento passivo para passar a interpretar livremente a imagem em quantos cenários visuais conseguir conceber), desenvolvendo e definindo os elementos básicos do que será conhecido como Op Art -um estilo e técnica que permanecerá para sempre ligado ao seu nome.
Experimentou o uso de transparências e cores em projeções, produziu tapeçarias e publicou suas primeiras gravuras. Seus quadros combinam variações de círculos, quadrados e triângulos, por vezes com gradações de cores puras, para criar imagens abstratas e ondulantes. Viajou por muitos países, sempre recebendo vários troféus.
É considerado um dos principais artistas do movimento Optical Art, entre suas obras se destacam suas "Vegas", obras caracterizadas pela impressão 3D concedida as 'esferas', e por cores contrastantes.
Piet Mondrian
Pieter Cornelis Mondrian, geralmente conhecido por Piet Mondrian (Amersfoort, 7 de Março de 1872 - Nova Iorque, 1 de Fevereiro de 1944) foi um pintor Holandês modernista. Participou do movimento artístico Neoplasticismo e colaborou com a revista De Stijl.
Piet Mondrian foi o mestre das composições geométricas. Após experimentar as influências dos principais pintores de sua época, Mondrian encontrou o estilo que o consagrou mundialmente, expressando-se por meio das formas retangulares, definidas por grossas linhas retas pretas, em que destacava regiões nas cores primárias, deixando outras vazias, em branco ou cinza. Nos Estados Unidos, suas obras ganharam um colorido maior, motivado por sua admiração pela dança e pelo jazz, como se pode ver em seu último quadro, inacabado, Victory boogie-Woogie.

Nascido em ambiente rural com clima de fazenda e sítio, Piet Cornelis Mondrian vinha de uma família calvinista extremamente religiosa. Seu pai, um pastor puritano, desejava que o filho seguisse a carreira clerical. A religião marcou o jovem Piet e o sentimento metafísico iria permear sua obra durante toda a vida, em maior ou menor grau.
Tendo um tio que trabalhava com pintura, interessou-se pela carreira artística, mas foi obrigado a enfrentar a visão ortodoxa da família, que via na arte um caminho para o pecado. Vê, porém, na possibilidade de dar aulas uma resolução ao seu dilema: prometeu ao pai estudar artes, tornando-se um professor.
Insatisfeito com o magistério, Mondrian sente a necessidade de libertar-se e estabelecer-se como pintor, mas teme enfrentar ao pai (que de antemão desaprovava a idéia) e a si mesmo, tal o peso de sua formação religiosa. Quando entra em contato com a teosofia, porém, encontra em seu ideário uma resolução para o problema: a doutrina pregava o trilhar de um caminho evolutivo pessoal e a arte encaixava-se neste caminho. O contato com a teosofia irá manifestar-se no trabalho de Mondrian e marcará sua vida profundamente daí em diante.
Piet Mondrian começou a sua carreira como caminhoneiro ao mesmo tempo que ia praticando a sua pintura. A maior parte do seu trabalho deste período é influenciada pelo naturalista ou impressionista. No museu Gemeente, em Haia, estão expostos vários trabalhos deste período, incluindo exemplares pós-impressionistas tais como "O Moinho Vermelho" e "Árvores ao andar". (O museu também tem exemplos do seu trabalho geométrico posterior).
O seu quadro "Broadway Boogie Woogie", que pode ser visto no Museu de Arte Moderna de São Francisco, pertence à fase posterior ao Neoplasticismo, quando Mondrian se liberta das regras que ele próprio se impôs.
Algumas das seguintes obras referem-se a nomes genéricos repetidos exaustivamente por Mondrian.
- Árvores a luz da Lua - 1908
- A àrvore vermelha - 1908
- Paisagem - 1909
- A Igreja de Domburg - 1910
- O Moinho Vermelho - 1910
- Evolução - 1911
- A árvore cinzenta - 1912
- Macieira em flor - 1912
- Composição (árvore) - 1913
- Composição com cores B - 1917
- Tabuleiro com cores claras - 1919
- Composição com vermelho, amarelo e azul, ano de 1921
- Composição com amarelo - 1930
- Broadway Boogie-Woogie - 1942

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